6 desafios da Reforma Tributária e como superar cada um deles

A Reforma Tributária visa simplificar a gestão fiscal e criar um ambiente de negócios mais favorável por meio da modernização do sistema tributário brasileiro. No entanto, essa modernização também pode gerar maior complexidade, resultando em desafios  que impactam tanto os processos internos quanto o planejamento e a operação da gestão fiscal das empresas.

Cenário da reforma tributária no Brasil 

A introdução de novos tributos e a simplificação de processos é uma “marca registrada da Reforma Tributária”. Apesar da proposta de simplificação, essa mudança profunda exigirá que as empresas se adaptem  para evitar riscos operacionais, multas e perda de competitividade. 

Nesse processo de reestruturação, que abrange desde a formação de preços até o fluxo de caixa e a logística, as empresas enfrentam seis desafios.

6 desafios para gestão fiscal

Desafio 1: complexidade das mudanças

A nova reforma não se resume à alteração de regras, mas implica uma mudança completa do sistema tributário que as empresas atualmente utilizam (exemplo: como os impostos são calculados, registrados e repassados). 

Os pontos de atenção são:

• Revisão dos processos: as empresas devem mapear cada operação para compreender como serão impactadas pelas novas regras tributárias. A ausência de clareza sobre as regras e impactos nas operações, da forma que ocorrem hoje, exige simulações detalhadas para evitar imprevistos relacionados à conformidade.
• Novos tributos: adaptar os sistemas existentes para apurar os novos tributos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), escriturados no momento do pagamento, por meio do Split Payment, exige revisão de cálculos, desde a formação do preço até a tomada de créditos tributários. O Split Payment (pagamento dividido) consiste na divisão automática do valor do título entre o vendedor (valor da operação) e os órgãos pertinentes (valor dos tributos).

Desafio 2: aumento da carga de trabalho

Com o aumento das atividades e a necessidade de monitoramento em tempo real, a Reforma Tributária pode duplicar as demandas na área fiscal das empresas. Já se fala até em “apagão da mão de obra fiscal”.

Os pontos de atenção são:

• Otimização operacional: a automatização de processos e a utilização de ferramentas de análise de dados é fundamental para reduzir o tempo gasto em atividades repetitivas e evitar erros que possam levar a penalidades.
• Revisão de documentos: o acompanhamento detalhado é essencial para lidar com a crescente complexidade de apuração de impostos, emissão de notas fiscais e reconciliação de créditos.
  

Desafio 3: necessidade de headcount adicional

Diante do aumento da carga de trabalho, muitas empresas precisarão expandir suas equipes fiscais. 

A previsão é de que haja um aumento de 10% no número de funcionários (headcount) para lidar com o acréscimo de 100% nas atividades fiscais. Os pontos de atenção são:

• Seleção de talentos: selecionar e contratar profissionais qualificados nesse cenário pode ser um desafio, exigindo um planejamento cuidadoso e estratégico.
• Capacitação contínua: além da contratação, é fundamental reter talentos investindo em capacitações contínuas e permitindo que os profissionais estejam sempre atualizados com as regras de conformidade fiscal.

Desafio 4: adaptação tecnológica

A transição para o novo modelo tributário exige um suporte tecnológico robusto e integrado. Os pontos de atenção são:

• Sistemas integrados: a integração dos sistemas fiscais garante o cumprimento e a conformidade das obrigações acessórias referentes à apuração e pagamento dos impostos.
• Ferramentas avançadas: simuladores tributários para projetar cenários futuros, dashboards preditivos para antecipar riscos e otimizar decisões e soluções baseadas em Inteligência Artificial são essenciais para prever impactos e oferecer suporte estratégico nas decisões.

Desafio 5: planejamento estratégico e compliance

Sem um planejamento detalhado, as empresas ficam vulneráveis a custos inesperados por mudanças nas alíquotas e insegurança jurídica.

Por isso, o planejamento é essencial para garantir a conformidade com as novas exigências fiscais para identificar oportunidades de aperfeiçoar a gestão fiscal a longo prazo. Os pontos de atenção são:

• Logística: revisão do mapa de consumo e redistribuição de centros operacionais.
• Preços: Alinhamento de políticas de preços com as novas regras.

Desafio 6: concorrência de projetos internos

Os desafios da Reforma Tributária competem com outros desafios internos das empresas, que em alguns casos podem ser considerados mais importantes do que a adequação da gestão fiscal. 

Por isso, muitas dessas empresas ainda nem começaram a se preparar para a Reforma Tributária, o que é um fator de risco pela ausência da definição clara de prioridades. Os pontos de atenção são:

• Colaboração entre departamentos: a integração entre áreas como tecnologia, fiscal, contabilidade e operação é vital para implementar as mudanças de forma eficiente e, principalmente, sem causar impacto no desempenho. Dessa forma, a Reforma Tributária é integrada aos projetos estratégicos da empresa.
• Gestão de mudanças: a adequação à Reforma Tributária exige uma estratégia de gestão de mudanças bem detalhada, com foco em antecipação de riscos, além de treinamentos e adaptações culturais dos profissionais.
  
  

BPO Fiscal: a solução para os desafios da Reforma Tributária

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